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A Revolução Francesa ocorreu em um período extremamente importante tanto para a própria França, diante de um cenário problemático financeira e politicamente, quanto para boa parte da Europa e, de forma indireta, para o mundo ocidental.

Em uma época de grandes desigualdades sociais e econômicas, a Revolução Francesa foi um movimento comandado pelos burgueses, artesãos, proletários e camponeses. Este grupo, conhecido como “Terceiro Estado”, basicamente formava a camada que mantinha o país economicamente, por meio da produção mercantil e de altos impostos, embora não possuísse direitos políticos e nem possibilidade de crescimento social, o que conferia à França o caráter de regime absolutista. Este grupo sustentava os outros dois grupos (ou estados) existentes: o Clero, formado pelos bispos, abades, cônegos e outros sacerdotes, e a Nobreza, formada pelo rei, seus familiares e outros nobres, que conviviam no palácio, no interior do país ou que compravam títulos de nobreza.

Por efeito das dívidas existentes de outros reinados, das guerras ocorridas para a conquista da monarquia, dos altos gastos por parte da corte para sua manutenção e sustento de seus membros, dos prejuízos oriundos da participação da França na Guerra de Independência dos Estados Unidos e participação na Guerra dos Sete Anos, o país encontrava-se em um estado alarmante, o que forçou o rei Luís XVI a convocar a Assembleia dos Estados Gerais, no dia 05 de maio de 1789. Foi proposto pelo rei, nessa Assembleia, um novo imposto a ser cobrado do Clero e da Nobreza, sendo rejeitado imediatamente por meio de votos. Uma nova votação foi realizada, dessa vez com o intuito de aumentar os impostos do Terceiro Estado, e a regra de votação era a possibilidade de haver apenas um voto por estado. Sendo assim, a proposta do aumento de impostos para o Terceiro Estado venceu por dois votos a um.

Diante destes fatos, os representantes do Terceiro Estado propuseram entre si uma nova votação, que culminou na chamada Assembleia Geral Nacional, instauraram uma constituição e tomaram a decisão de invadir a fortaleza de Bastilha, em Paris, para derrubar o absolutismo e colocar fim à monarquia de Luís XVI. Sob o lema “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, tal evento aconteceu no dia 14 de julho de 1789 de forma revolucionária e grava na história o início da Revolução Francesa. A Assembleia Geral Nacional passou a se chamar Assembleia Constituinte, de maneira que os deputados participantes decretaram a igualdade para os franceses diante de toda legislação. O rei e sua família foram capturados ao tentarem fugir da França. Luís XVI foi morto em janeiro de 1793 e sua esposa foi morta pela guilhotina no mesmo ano, no mês de setembro.

Antes da morte do rei e sua esposa, em setembro de 1792, os burgueses proclamaram a república à qual deram o nome de República Girondina, encerrando o período da monarquia e colocando o poder nas mãos dos burgueses. Entretanto, um grupo intitulado de “Jacobinos”, liderado por Maximilien de Robespierre, destituiu os Girondinos do poder, e instalou um regime ditatorial e sangrento, que, por sua vez, motivou os Girondinos a lutarem novamente pelo poder, por meio de um golpe de estado, em 09 de novembro de 1799, que resultou na ascensão de Napoleão Bonaparte ao poder da França, instaurando uma nova ditadura.

A Revolução Francesa marca, assim, o fim da chamada “Idade Moderna” e o início da “Idade Contemporânea”, dando à população francesa a garantia da obtenção de direitos sociais, qualidade na prática de seus trabalhos e liberdade econômica. Período que também marca o protagonismo de ideias iluministas, apoiado por filósofos como John Locke (1632-1704), Voltaire (1694-1778) e Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), bem como o estabelecimento do capitalismo conduzido pela burguesia.